Abstract |
Solenopsis apresenta 191 espécies e 22 subespécies distribuídas no mundo, sendo a América do Sul a região com maior riqueza. A identificação das espécies é complexa, devido, principalmente, à morfologia monótona e coloração variada. No Brasil, especialmente S. invicta e S. saevissima, conhecidas como formigas-de-fogo ou formigas-lava-pés, são amplamente distribuídas e com muitas sobreposições de ocorrência, o que dificulta a delimitação destas espécies em seus habitats naturais. Devido à intensa urbanização e ao surgimento de áreas agrícolas, a tendência é o aumento das populações, principalmente de S. invicta. Essa espécie é notória por invadir regiões fora do seu domínio natural, causando imensos impactos econômicos. No Brasil pouco se sabe sobre este impacto, apesar de formigas-de-fogo ocorreram ao longo da Mata Atlântica, que é um Bioma extremamente urbanizado, industrializado e com extensas áreas agrícolas. Além disso, não é de ocorrência natural de S. invicta. Neste projeto pretendemos mostrar as áreas de ocorrência de S. invicta e S. saevissima na Mata Atlântica, a partir de espécimes depositados em coleções biológicas nacionais. Além disso, mostrar a variação de cor cuticular de S. saevissima nas diferentes fitofisionomias. Assim, visitas a coleções biológicas (p.e., MZSP, MPEG, UFPR, CPDC) serão efetuadas para que informações biológicas e de distribuição possam ser resgatadas. A partir destas informações, será utilizada a biblioteca espectral do Mapbiomas que possui registros da Mata Atlântica de 1985-2018 para a construção de mapas de distribuição das espécies ao longo do tempo. Cada espécime de S. saevissima será fotografado e relacionado à fitofisionomia. Temos como hipótese que S. invicta está avançando na Mata Atlântica, a partir do seu centro de origem; e que as fitofisionomias constituem uma barreira geográfica para S. saevissima. Adicionalmente será aplicado um questionário aos agricultores para que saibamos o "status" do impacto que estas formigas causam ao sistema agrícola. Neste caso, nossa hipótese é que quanto maior o registro de formigas-de-fogo maior o número de danos relatados pelos agricultores. |