Abstract |
Os remanescentes originais de Mata Atlântica (7%), encontram-se fragmentados e, potencialmente, ameaçados devido às pressões antrópicas de caráter sócio-econômico, como a poluição de rios, nascentes e mares, dispersão de resíduos sólidos, desmatamento com finalidades para agricultura e pastagens, entre outros fatores que culminam na fragilidade da preservação da biodiversidade. A Estação Ecológica Juréia-Itatins (EEJI) está localizada no sul do litoral paulista, ocupando uma área de 80.000ha de Mata Atlântica, abrangendo um grande mosaico de ecossistemas, como dunas, restingas, manguezais e campos de altitude, os quais abrigam uma grande diversidade de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, que dependem integralmente da conservação deste "hotspot". Embora a categoria de Estação Ecológica represente uma das Unidades de Conservação mais restritiva, a EEJI tem sido alvo de interesses econômicos, colocando em risco a sua biodiversidade, assim como o futuro das comunidades tradicionais que vivem e dependem da preservação dos ecossistemas para o uso sustentável de seus recursos. Deste modo, faz-se necessário, estudos integrados e multidisciplinares que resultem em subsídios para fortalecer à gestão das UCs, gerando ferramentas capazes de mitigar os problemas sócio-ambientais através de políticas públicas. Neste projeto de pesquisa, será caracterizada a composição da herpetofauna local e, através de um estudo multidisciplinar, será realizado o monitoramento das espécies capturadas a fim de estabelecer um panorama geral sobre o estado de higidez e as suas correlações com os ecossistemas dependentes. Os resultados obtidos deverão gerar subsídios para o desenvolvimento de estratégias conservacionistas para a manutenção e preservação da biodiversidade da região, com condições de replicação das metodologias utilizadas nos demais Núcleos da EEJI, assim como em outras Unidades de Conservação. É prioritário, também, inserir nesse cenário, a Educação Ambiental como uma forma de estabelecer um sistema de comunicação com a comunidade tradicional, a fim de promover diálogos que possam atenuar os conflitos e gerar alternativas para a melhoria da qualidade de vida destas populações, visto que há evidências de que em diversos locais a presença das comunidades tradicionais contribuiu, ao longo dos anos, para a preservação dos ecossistemas, muitas vezes ameaçados pela invasão de terras, desmatamento, caça predatória e exploração dos recursos naturais. As políticas públicas devem ser passíveis de promover a diminuição dos conflitos e propiciar condições para um manejo sustentável dos recursos naturais e, assegurar o bem-estar das comunidades locais, assim como da biodiversidade. |