Detalhes do Projeto


Nome Campos naturais do estado de São Paulo: diagnóstico, manejo e conservação   Projeto FAPESP
Website https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/109524/campos-naturais-do-estado-de-sao-paulo-diagnostico-manejo-e-conservacao
Data de Vigência 01/02/2022 - 31/01/2027
Equipe Giselda Durigan; Alan Neil Andersen ; Alessandra Tomaselli Fidelis ; Alexsander Zamorano Antunes ; Ana Paula Carmignotto ; Arno Fritz das Neves Brandes ; Cassia Beatriz Rodrigues Munhoz ; Cíntia Kameyama ; Clayton Alcarde Alvares ; Caroline Lehmann ; Gerhard Ernst Overbeck ; Ingrid Koch ; João Batista Baitello ; Joseph William Veldman ; Leonardo Dias Meireles ; Marcio Roberto Costa Martins ; Marcio Rossi ; Marco Aurélio Nalon ; Mario Tommasiello Filho ; Natalia Macedo Ivanauskas ; Patrícia Anselmo Duffles Teixeira ; Paula Felício Drummond de Castro ; Rodolfo Cesar Real de Abreu ; Vinicius Castro Souza ; William Arthur Hoffmann
Instituições Participantes Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA). Secretaria do Meio Ambiente (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
Bioma Cerrado e Mata Atlântica
Resumo Em todas as regiões tropicais do planeta, os campos naturais são mal compreendidos, geralmente vistos como resultado de degradação de florestas, uma vez que com frequência ocorrem em condições de clima e solo que suportariam vegetação arbórea, caracterizando os chamados estados alternativos estáveis. Os campos naturais não são sequer mapeados, não é reconhecida sua importância, não se conhece sua biodiversidade e não são compreendidos os fatores que os mantêm. O presente projeto visa suprir boa parte das lacunas de conhecimento relativas aos campos naturais, com enfoque para o estado de São Paulo. Amostraremos também remanescentes próximos em estados vizinhos, visando melhorar a contextualização espacial e ecológica dos campos paulistas, hoje grosseiramente classificados em campos do cerrado e campos de altitude. Duas grandes hipóteses norteiam o projeto de pesquisa: a primeira, baseada na teoria dos filtros ecológicos, busca verificar se existem tipos de campos floristicamente distintos ou se as comunidades vegetais dos campos remanescentes formam um gradiente associado a gradientes ambientais. A segunda hipótese baseia-se na teoria dos estados alternativos estáveis: verificaremos se as transições entre os campos e as formações savânicas ou florestais adjacentes são estáveis, mantidas por fatores abióticos restritivos, ou se essas transições são móveis, dirigidas por fatores de distúrbio. Pretendemos mapear os remanescentes de campos naturais e caracterizá-los pela fauna, flora e estrutura da vegetação (especialmente biomassa e cobertura). Investigaremos os fatores ambientais e de distúrbio que os modularam e registraremos os fatores atuais de ameaça. Buscaremos estimar a idade das plantas pequenas que os compõem e a dinâmica da expansão e retração de campos e florestas em zonas de transição, por meio de dendrocronologia. Indicaremos espécies e ecossistemas ameaçados, bem como áreas remanescentes prioritárias para a conservação. Adicionalmente, iremos instalar e monitorar experimentos visando à restauração e ao manejo conservacionista desses ecossistemas. Esperamos, com este amplo projeto de pesquisa, expandir e disseminar o conhecimento sobre os campos naturais e, assim, fortalecer as bases para a formulação de políticas públicas conservacionistas voltadas a esses ecossistemas no estado de São Paulo
Produtos Esperados O projeto como um todo será a primeira pesquisa multidisciplinar sobre os tipos de vegetação campestre existentes no Estado de São Paulo. Deverá gerar produtos de natureza científica (teses, artigos científicos, livros e apresentações em eventos) e produtos técnicos, destinados à divulgação científica e à formulação e implementação de políticas públicas. Os produtos serão gerados pelos pesquisadores e professores das instituições envolvidas, em parceria com pesquisadores de outros estados e outros países (colaboradores), bolsistas de pós-doutorado, doutorado, mestrado, iniciação científica e jornalismo científico. Os principais produtos esperados do projeto são apresentados, resumidamente, a seguir, e detalhadamente ao final de cada subprojeto. • Entre os produtos acadêmicos diretamente resultantes deste projeto temático, estão previstos ao menos 17 teses de doutorado, quatro dissertações de mestrado e quatro trabalhos de iniciação científica, correspondentes minimamente a 21 artigos científicos e 24 apresentações em eventos nacionais e internacionais. Integrarão a equipe do projeto dois bolsistas de pós-doutorado, dos quais esperamos a publicação dos principais artigos de síntese do conhecimento gerado pelo projeto. • Inserção dos tipos de vegetação campestre paulistas num sistema fitogeográfico universal e hierárquico, que permita sua aplicação em escala estadual, nacional, neotropical e global. Com base nos atributos bióticos e abióticos dos tipos de vegetação campestre encontrados e com base nos sistemas de classificação já existentes, será possível diferenciá-los e, assim, dar suporte a políticas públicas com segurança. • Mapeamento e quantificação da área de ocorrência das vegetações campestres no estado de São Paulo, conforme a legenda fitogeográfica estabelecida. O mapeamento possibilitará 9 quantificar e localizar os remanescentes de campos naturais e, também, caracterizar sua dinâmica no tempo e no espaço nas zonas de transição com os ecossistemas vizinhos. O produto final será disponibilizado via DataGEO, que é a plataforma de infraestrutura de dados espaciais ambientais do Estado de São Paulo (http://datageo.ambiente.sp.gov.br/). • Listas de espécies de grupos representativos da flora e da fauna das vegetações campestres do estado de SP. Serão produzidas listas para espécies vegetais e para cada um dos grupos de fauna que serão amostrados (anfíbios, répteis, aves e mamíferos), apontando espécies raras e aquelas em risco de extinção. • Guias ilustrados para a vegetação e a fauna campestre (aves, mamíferos, répteis e anfíbios), com elementos de sua biodiversidade peculiar, visando disseminar o conhecimento sobre a biodiversidade desses ecossistemas negligenciados. • Ampliação das coleções científicas, hoje sub-representadas para os campos naturais. O material coletado durante as expedições será incorporado às principais coleções científicas do estado de São Paulo e as informações serão disponibilizadas on-line via Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), o qual é também o nó brasileiro do Global Biodiversity Information Facility (GBIF). Exsicatas de plantas coletadas em unidades de conservação serão incorporadas ao “Catálogo de plantas das unidades de conservação do Brasil” (https://catalogo-ucs-brasil.jbrj.gov.br/). Amostras de material lenhoso que venha a ser utilizado nos estudos dendrocronológicos serão incorporados em xiloteca e laminoteca (ESAw). Exemplares de mamíferos serão depositados na coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e dos anfíbios e répteis na coleção herpetológica da UNESP/Rio Claro (CFBH) e do Instituto Butantan (IBSPHerpeto). • Instrumentos de apoio à tomada de decisão para políticas públicas, incluindo portfólios de áreas prioritárias para a conservação dos campos e aplicação dos critérios IUCN para a classificação de espécies e ecossistemas ameaçados em São Paulo. • Produtos técnicos e de divulgação para facilitar a comunicação entre cientistas, tomadores de decisão e público em geral: atlas (01), manuais técnicos de manejo e restauração (02) e vídeos (06) disponibilizados para download gratuito em páginas WEB institucionais. • Realização de um evento científico internacional sobre ecossistemas campestres tropicais e subtropicais (não orçado na proposta, deverá ser solicitado à parte no futuro). A falta de conhecimento sobre os campos e a falta de diálogo entre os especialistas tem sido um obstáculo ao avanço da ciência e às ações para sua conservação. Pretendemos assumir a liderança deste movimento, especialmente considerando que é no Brasil que se encontra a maior variedade de tipos de vegetação campestre em escala mundial.
Palavras-Chave Biogeografia, Cerrado, Conservação da Biodiversidade, Ecologia
Coletas 16
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