Equipe |
-Maria Lucia Carneiro Vieira, Pesquisador responsável, Professora Titular da Universidade de São Paulo/ESALQ
-Cássio van den Berg, Professor Titular da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
-Claudia de Barros Monteiro Vitorello, Professora Associada da Universidade de São
Paulo/ESALQ
-Hélène Berges, Director of the French Plant Genomic Resource Center/INRA, França
-Luiz Augusto Cauz dos Santos, Doutorando ESALQ/Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas
-Teonildes Sacramento Nunes, Pesquisadora, Herbário/UEFS
-Zirlane Portugal Costa, Doutoranda ESALQ/Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas |
Resumo |
O gênero Passiflora possui cerca de 520 espécies, da quais 145 ocorrem no Brasil e 83 são endêmicas. A taxonomia clássica, proposta com base em várias estruturas florais e vegetativas, subdividiu o gênero em 22 subgêneros. Todavia, análises filogenéticas, baseadas em dados moleculares, não confirmaram essa divisão infragenérica e foi necessário reduzir o número de subgêneros para quatro: Astrophea, Decaloba, Deidamioides e Passiflora, sendo Astrophea o mais ancestral. Três clados foram reconhecidos como monofiléticos (Astrophea, Decaloba e Passiflora) enquanto a posição de Deidamioides continua mal resolvida, já que este clado mostrou-se parafilético nos dados levantados até o momento. Utilizando sequencias do genoma do cloroplasto (cpDNA), nosso grupo conduziu análises filogenomicas que resultaram em árvores de alto suporte, contribuindo para o entendimento de relações evolutivas dentro de Malpighiales e do clado das Fabídeas, incluindo, na análise, o cpDNA de Passiflora edulis. Nesta proposta, essa mesma abordagem será aplicada no estudo da evolução do gênero Passiflora, visando auxiliar na compreensão do status do subgênero Deidamioides. O genoma cp de P. edulis revelou rearranjos que levaram à mudança na ordem de certos genes. Sugere-se que estes rearranjos possam estar associados à divisão infragenérica. Também, houve perda dos genes rpl22 e accD os quais, possivelmente, foram transferidos para o núcleo. Este aspecto será investigado, visando à confirmação dessa possível transferência. Em se tratando de plastomas, a montagem do genoma é um passo crítico, devido às regiões repetidas e invertidas e à presença de rearranjos. Sendo assim, serão utilizadas metodologias de sequenciamento de leituras longas, garantindo a uma montagem acurada para uso nas inferências filogenéticas. Neste projeto faremos trabalho de campo buscando coletar 50 espécies que serão usadas para criar um banco de cpDNAs e de DNA total, e uma seleção destas espécies terá os plastomas seqüenciados para responder as questões no contexto filogenômico e evolutivo. |