Resumo |
“ESTUDOS ETNOBOTÂNICOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DO PETAR – PARQUE ESTADUAL E TURÍSTICO DO ALTO RIBEIRA E SEU ENTORNO, IPORANGA, SP.”
No Estado de São Paulo, a região sul representa um dos poucos remanescentes de Floresta Pluvial Atlântica, onde se encontram populações humanas de ocupação antiga e de diferentes origens étnicas – índios, brancos colonizadores, negros. Tendo isto em vista, este trabalho visa estudar e pesquisar o saber tradicional para o uso e manejo dos recursos naturais locais relacionados à flora, tais como espécies medicinais, alimentares, ornamentais, fornecedores de fibras, madeira, etc e a coleta de dados quantitativos e qualitativos sobre os diversos usos da fauna e flora local a partir do aporte da Etnobotânica. No levantamento qualitativo são utilizadas técnicas como entrevistas semi-estruturadas e observação participante. No levantamento quantitativo serão utilizados índices como valor de uso da espécie, valor de uso da família, índice de importância das famílias e o índice de conhecimento relativo. Em cada comunidade escolhida são estabelecidos dois pontos de amostragem. Em cada ponto de amostragem são instalados quatro transectos de 2000 m2 (10x200m), segmentados de 10 em 10m, onde serão identificados todos os indivíduos lenhosos com 2,5cm de DAP (diâmetro à altura do peito) ou mais. Sub-parcelas de 1x10m são instaladas na margem da cada transecto, totalizando 100 m2 por transecto, para abranger as plantas lenhosas com DAP menor que 2,5 cm ou as plantas não lenhosas.Os dados levantados durante o projeto serão apresentados posteriormente para a comunidade local através de palestras em escolas da região e com a elaboração de um livreto explicativo, contendo as informações das principais espécies úteis da região. Estes dados também serão disponibilizados para a diretoria do parque e associações organizadas na região. Foi possível observar que as pessoas estudadas neste trabalho utilizam muito mais as plantas arbóreas com mais de 2,5cm de DAP, que espécies com menos de 2,5 cm de DAP. Estatisticamente não há diferença entre o conhecimento dos grupos sociais (caboclos e quilombolas) das comunidades entrevistadas.
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