Detalhes do Projeto


Nome Conservação da Biodiversidade em Paisagens Fragmentadas do Planalto Atlântico do Estado de São Paulo   Projeto FAPESP
Website http://eco.ib.usp.br/lepac/biota-caucaia/
Data de Vigência 01/03/2000 - 31/10/2004
Equipe Claudio Pádua (PhD, Departamento de Ecologia, Universidade de Brasília)
Cristina Simonetti (PhD, Departamento de Ecologia, Universidade de São Paulo)
Daniela Ferraz (MSc, Departamento de Botânica, Universidade de Campinas)
Eduardo Catharino (MSc, Instituto de Botânica, São Paulo)
Flávio dos Santos (PhD, Departamento de Botânica, Universidade de Campinas)
Giselda Durigan (PhD, Instituto Florestal, Assis)
Geraldo A. D. Correa Franco (Instituto Florestal, São Paulo)
Henri Décamps (PhD, Université Paul Sabatier, Toulouse, França)
Jacques Vielliard (PhD, Departamento de Zoologia, Universidade de Campinas)
Luciana Alves (PhD, Departamento de Ecologia, Universidade de São Paulo)
Luis Carlos Bernacci (PhD, Instituto Agronômico de Campinas)
Silvana Buzato (PhD, Departamento de Ecologia, Universidade de São Paulo)
Sílvio Simões (PhD, Universidade do Estado de São Paulo, Guaratinguetá)
Vânia Regina Pivello (PhD, Departamento de Ecologia, Universidade de São Paulo)
Instituições Participantes
  • Instituto Agronômico de Campinas
  • Instituto de Botânica
  • Instituto Florestal
  • Universidade de Brasília
  • Universidade de Campinas
  • Universidade do Estado de São Paulo
  • Guaratinguetá
  • Universidade de São Paulo
Bioma Mata Atlântica
Resumo A fragmentação de habitats é um dos mais sérios problemas ecológicos da atualidade. Na região tropical, um grande número de espécies está sendo perdido antes mesmo de serem conhecidas pela ciência. Visto que os habitats fragmentados corresponderão à situação padrão no futuro, serão necessárias ações de manejo do ambiente para evitar a erosão da diversidade biológica e dos benefícios inerentes a ela.

Este projeto pretende estudar alguns efeitos da fragmentação em uma paisagem formada por fragmentos de floresta Atlântica em estádio secundário de sucessão (23o35'S, 23o50'S; e 46o45'W, 47o15'W), além de fornecer as bases ecológicas para o manejo regional, de forma a promover a persistência do maior número de espécies na paisagem. Os objetivos principais deste projeto são verificar que arranjo espacial e quais elementos da paisagem são necessários para manter a diversidade biológica, por meio: i) da descrição da história de fragmentação e regeneração da paisagem; ii) da relação do tamanho dos fragmentos e dos tipos de matrizes com a diversidade de espécies de alguns grupos taxonômicos, incluindo árvores, primatas e aves; iii) da relação entre a estrutura da paisagem e a presença/abundância de (meta)populações florestais; iv) do estudo de processos ecológicos que determinam a manutenção das (meta)populações, especialmente aqueles relacionados com a influência da matriz circundante e da conectividade florestal.

O projeto inclui nove sub-projetos que estudarão as mesmas paisagens e o mesmo conjunto de fragmentos, por meio de objetivos complementares. Serão realizadas análises em múltiplas escalas, enfocando tanto a paisagem inteira como os fragmentos, incluindo informações sobre os efeitos da matriz e dos corredores. Os estudos serão realizados nos níveis populacional e da comunidade, sendo que uma grande variedade de taxa será examinada (árvores, primatas e aves); serão enfocadas espécies guarda-chuva e processos-chave, capazes de manter alta biodiversidade. Diferentes teorias sobre ecologia da paisagem serão testadas e alguns parâmetros da estrutura espacial da paisagem e de qualidade dos habitats serão aplicados em modelos metapopulacionais, principalmente o modelo de função de incidência.

Com o intuito de entender a estrutura atual da paisagem e sua história de fragmentação e regeneração, dois tipos de paisagens serão delimitados: um deles formado por uma matriz florestal e o outro por uma matriz agrícola. Cada um dos tipos será caracterizado de acordo com: i) a conectividade e a heterogeneidade da paisagem, padrão de fragmentação florestal e isolamento entre fragmentos (sub-projeto 1); ii) as características geomorfológicas e pedológicas, bem como os principais geo-indicadores físicos para quantificar a magnitude e velocidade de processos abióticos chave (sub-projeto 2). Cada fragmento será classificado quanto: i) tamanho; ii) heterogeneidade de eco-unidades florestais; iii) qualidade ambiental interna e heterogeneidade das eco-unidades; iv) forma e efeitos de borda; v) complexidade da borda; vi) grau de isolamento, conectividade e potencial para (re)colonização; vii) idade e história de regeneração, obtidas pela análise de fotografias aéreas - 1962, 1973 e 1988 (sub-projetos 1 e 3).

Para relacionar os padrões de biodiversidade com o tamanho dos fragmentos florestais e o tipo de matriz, doze fragmentos serão estudados em detalhe, com respeito: i) a composição de espécies e diversidade de árvores adultas (sub-projeto 3); ii) a composição de espécies e diversidade de plântulas e de jovens de espécies arbóreas (sub-projeto 7); iii) a abundância de seis espécies de aves (sub-projeto 6); iv) a biomassa e a densidade de primatas (sub-projeto 5).

A influência da matriz e dos corredores no fluxo de sementes e grãos de polen (sub-projetos 8 e 9), na regeneração florestal (sub-projeto 7) e no movimento de algumas espécies de aves (sub-projeto 6) será analisada mais detalhadamente em um número menor de fragmentos.

O tamanho dos fragmentos e a conectividade serão relacionados com os padrões de ocupação de manchas por espécies mais e menos sensíveis a fragmentação para estimar os riscos de extinção e potenciais para (re)colonização de espécies. Trabalhando com espécies muito e pouco exigentes, poderemos verificar quais as condições da paisagem que favorecem a manutenção das espécies muito exigentes, bem como verificar os tipos de paisagem que suportam apenas espécies pouco exigentes. Nessa análise serão considerados de 50 a 60 fragmentos, de 5 a 90 hectares, metade localizada na paisagem com matriz de regeneração florestal e metade na paisagem com matriz agrícola.. Os organismos cujo padrão de ocupação de manchas será considerado são: i) seis espécies de aves (sub-projeto 6); ii) uma espécie de palmeira endêmica da região (sub-projeto 4); iii) algumas espécies de árvores (sub-projeto 3). A comparação dos dois grupos de fragmentos (imersos nos dois tipos de matriz circundante), em termos de tamanho, qualidade ambiental (sub-projeto 3) e atributos espaciais (isolamento, conectividade, tipo de matriz) (sub-projeto 1) devem indicar os fatores responsáveis pela permanência de uma dada espécie na paisagem. Modelos de função de incidência serão aplicados para analisar os padrões de ocupação de manchas e para simular a ocorrência das espécies em diferentes cenários relacionados com a evolução da paisagem. Esse enfoque permitirá a identificação das melhores condições de fragmentação para a manutenção das espécies na paisagem por um longo tempo, assumindo que elas comportam-se como metapopulações, o que fornecerá as bases ecológicas para o manejo e a conservação dos fragmentos de floresta nessa região.

Um dos principais resultados desse projeto será a geração de uma base de dados com informações espacializadas sobre a fisiografia regional, a estrutura e a dinâmica da flora e da paisagem, além de publicações em revistas especializadas, artigos de divulgação, materiais multimídia, como um CD-ROM e uma base de dados on-line e um guia de identificação das espécies arbóreas da região, direcionado a um público não especializado, especialmente crianças das escolas da região.

Produtos Esperados - publicações científicas, dentro da especialidades de cada pesquisador;

- artigos de divulgação, visando atingir um público mais amplo

- material de multimídia, como CD-ROM e banco de dados on-line;

- um guia das principais espécies arbóreas da região, baseado principalmente nos levantamentos florísticos feitos no Morro Grande.

Palavras-Chave conectividade, Ecologia da Paisagem, fragmentação, mata atlântica
Coletas 148
Lista de Projetos