Detalhes do Projeto


Nome Consolidação de Coleções Científicas de Invertebrados Marinhos: Estratégias Para Conservação da Biodiversidade   Projeto FAPESP
Website https://www.biotafapesp.colecoeszuec.ib.unicamp.br
Data de Vigência 01/2019 - 01/2024
Equipe A análise dessas coleções está sendo desenvolvida por pesquisadores especializados nos diferentes grupos, comprometidos com a formação de recursos humanos para o incremento da taxonomia. - Prof. Dr. Flávio Dias Passos - Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia e anatomia de Mollusca (Coodenador de Grupo). - Prof. Dr. Gonzalo Giribet - Universidade de Harvard, Cambridge, Estados Unidos. Especialista em sistemática, biogeografia, filogeografia, anatomia, transcriptomica, ecologia, comportamento e genética de populações de invertebrados. - Dr. Fabrizio Marcondes Machado - Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia e anatomia de Bivalvia (Pós-Doutorado). - Prof. Dr. Brian Morton (emérito) - Universidade de Hong Kong, Hong Kong, China. Especialista em anatomia e evolução de Bivalvia. - Prof. Dr. Guido Pastorino – Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia”. Especialista em biologia marinha, paleobiologia e sistemática de Mollusca. - Prof. Dr. A. Cecília Z. Amaral – Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Polychaeta e ecologia bêntica marinha (Coordenador de Grupo). - Dr. Tatiana Menchini Steiner Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Polychaeta, especialmente Dorvilleidae, Lumbrineridae, Eunicidae, Onuphidae e Oenonidae. - Prof. Dr. João Miguel de Matos Nogueira – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo (IB–USP). Especialista em taxonomia de Polychaeta, principalmente morfológica, dos grupos de Terebelliformia, Sabellida e Syllidae. - Dr. Camila Fernanda Silva - Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Polychaeta, tanto morfológica, quanto molecular, e ecologia bêntica marinha (Pós-Doutorado). -Dr. Bruno Sampieri - Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em filogenia e análise molecular (Pós-Doutorado). -Prof. Dr. Fosca Pedini Pereira Leite - Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Crustacea e ecologia bêntica marinha (Coordenador de Grupo). -Prof. Dr. Filipe O. Costa - Universidade do Minho, Braga, Portugal. Especialista em genética molecular, filogeografia comparativa de espécies marinhas, com crustáceos como organismos alvo destes estudos. -Prof. Dr. Sónia Cristina da Silva Andrade – Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP. Especialista em variação genômica para compreensão de processos evolutivos responsáveis pela diversificação de espécies e populações naturais de invertebrados marinhos. -Dr. Silvana Gomes Leite Siqueira - Departamento de Biologia Animal e Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Amphipoda e ecologia bêntica marinha (Pós-Doutorado). -Prof. Dr. Andrea Santarosa Freire – Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC. Especialista em oceanografia biológica e ecologia de crustáceos e zooplâncton. -Prof. Dr. Cristiana S. Serejo- Museu Nacional/UFRJ. Curadora da Coleção de Crustacea e Especialista em taxonomia de Amphipoda, incluindo Hyalidae. -Dr. Rachael Peart- Centre for Coasts and Oceans, National Institute of Water & Atmospheric Research., Kilbirnie, Wellington, NewZealand. Taxonomista especialista da família Amphitoidae. - Dr. Michela Borges – Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Echinodermata (Coordenador de Grupo). - Prof. Dr. Luciana Bolsoni Lourenço - Departamento de Biologia Estrutural e Funcional, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em citogenética, genética de populações de Metazoa. - Prof. Dr. Ana Beardsley Christensen - Universidade de Lamar, Texas, Estados Unidos. Fisiologista de invertebrados e especialista em Ophiuroidea. - Dr. Renata Alitto – Museu de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de Ophiuroidea, tanto morfológica, quanto molecular (Pós-Doutorado). - Prof. Dr. André Rinaldo Senna Garraffoni − Departamento de Biologia Animal, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Especialista em taxonomia de organismos meiofaunais (Coordenador de Grupo). - Dr. Erika Cavalcante Leite dos Santos − Universidade do Porto. Especialista em tardigradas marinhos. - MSc. Beatriz Pereira Cunha – Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP). Sistemática de Nematoda (Doutorado).
Instituições Participantes - MZUSP Museu de Zoologia da USP (São Paulo, SP); - MNRJ Museu Nacional do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ); - MORG Museu Oceanográfico (Rio Grande, RS); - Coleção privada José Carlos Tarasconi (médico, colecionador de conchas particular); - MACN Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia” (Buenos Aires, Argentina); - MNHNM Museo Nacional de Historia Natural de Montevideo (Montevideo, Uruguai); - MLP Museo de La Plata (Mar del Plata, Argentina); - LACM Natural History Museum of Los Angeles County (Los Angeles, EUA); - LSL Linnean Society of London (Reino Unido); - NHMUK Natural History Museum of London (Reino Unido); - Lamar University, Texas, Estados Unidos; - Museum Victoria, Melbourne, Victoria, Austrália - MCZ Museum of Comparative Zoology – Harvard University
Bioma Marinho
Resumo O Museu de Zoologia do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (ZUEC) conta com cerca de 400 mil exemplares de invertebrados marinhos, provenientes de grandes projetos que vêm sendo realizados no Brasil desde 1990. A grande maioria deste material, obtida com o auxílio financeiro de entidades de fomento à pesquisa, foi coletada em diferentes regiões do Brasil ainda não estudados. A raridade deste material também está nas profundidades amostradas, de até 3300m, em localidades que incluem grandes cânions da região sudeste do Brasil. No entanto, parte desse material ainda não está identificada e/ou necessita de um refinamento taxonômico para que possa ser traduzido em biodiversidade e disponibilizado à comunidade científica. O primeiro desafio, que é a obtenção de espécimes desses locais de difícil acesso, já está superado diante da grande quantidade de exemplares coletados. Outro desafio que se mostra evidente, frente à demanda de identificação destas coleções, são as limitações taxonômicas que se apresentam para os grupos propostos, ou seja, a falta de caracteres morfológicos e moleculares adequados para uma correta identificação das espécies. Alguns dos problemas apontados neste projeto estão relacionados com a presença de espécies pouco conhecidas e de complexos de espécies que necessitam de uma revisão. Assim, está previsto um estudo aprofundado de novos caracteres taxonômicos, tanto morfológicos como moleculares, que possibilitem a descrição da biodiversidade e propiciem bases sólidas para estudos filogenéticos propostos neste projeto e para outros que possam vir a ser realizados. Para superar este desafio, está sendo proposta a utilização de técnicas modernas de leitura morfológica e novos protocolos de extração de DNA para material biológico fixado com formalina, realidade comum de material proveniente de coletas de mar profundo. Diante do exposto, este projeto visa produzir um estudo integrado e atender à demanda das principais coleções de invertebrados marinhos macrofaunais depositadas no ZUEC: Bivalvia, Polychaeta, Crustacea e Echinodermata, e a composição de uma nova coleção de meiofaunais: Tardigrada. A complexidade em trabalhar com várias coleções que se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento e que possuem necessidades distintas demanda que este projeto seja estruturado de acordo com as especificidades de cada grupo taxonômico. As propostas de estudo dessas coleções serão desenvolvidas por pesquisadores especializados nos diferentes grupos de espécies, que estarão envolvidos diretamente na formação de recursos humanos para o desenvolvimento da taxonomia dos referidos grupos para o Brasil. O resultado mais abrangente será o refinamento taxonômico de cerca de 150 mil espécimes depositados no ZUEC, e o aprimoramento dos dados das referidas coleções, por meio da Rede SpeciesLink, em um banco de dados on-line, estrutura já em funcionamento no Museu. Desta forma, considerando o número desses exemplares que ainda aguardam por identificação, deverá ocorrer uma importante contribuição de novas espécies para a ciência, novos registros de ocorrência, assim como informações esclarecedoras para análises filogenéticas dos diferentes grupos. A identificação desses muitos lotes provenientes de diversas partes do Brasil, com certeza vão diminuir muitas lacunas sobre o conhecimento da biodiversidade brasileira e mundial, agregando também um maior valor científico à coleção. É neste contexto de imensas lacunas de conhecimento e grandes possibilidades que se insere a presente proposta.
Produtos Esperados O resultado esperado mais abrangente deste projeto será o refinamento taxonômico de cerca de 150 mil espécimes depositados no ZUEC. Os demais resultados esperados também deverão permitir: Descrever a diversidade dos invertebrados marinhos no Brasil: Com base no material depositado no ZUEC, bem como em outras coleções no Brasil, pretende-se ampliar o conhecimento das espécies dos grupos incluídos neste projeto, preenchendo assim uma lacuna existente de informações taxonômicas, em nível de Brasil e mundial, de diferentes ambientes e profundidades, complementada com coletas em localidades específicas para resolução de problemas taxonômicos. Prospecção de novos caracteres taxonômicos: considerando que o conjunto atual de caracteres morfológicos utilizados na identificação da maioria das espécies é limitado, fato esse notado no grande número de complexos de espécies, pretende-se eleger, não só novos caracteres morfológicos, mas também moleculares que possibilitem a elucidação dos impedimentos taxonômicos dentro de cada grupo, com a utilização de diferentes técnicas. Desta maneira, criar novas metodologias e promovendo avanços na taxonomia. Sequências genéticas: por meio de análises moleculares, mediante a possibilidade de extração de DNA do material depositado nos museus, pretende-se obter sequências genéticas destes exemplares (por meio de protocolos específicos para cada grupo, que vem sendo utilizados com sucesso) e dos que serão coletados durante o desenvolvimento deste projeto, elevando o número de sequências de genes de espécies brasileiras no GeneBank. Estudos filogenéticos: como consequência da proposta de prospecção de novos caracteres morfológicos e moleculares, para alguns grupos serão efetuados estudos das relações filogenéticas. Bivalvia: investigar as relações filogenéticas da subclasse Anomalodesmata, por meio de uma abordagem molecular, produzindo dados que subsidiem uma rediscussão sobre as relações internas das 21 famílias que compõem esse clado. Capitellidae: baseado em caracteres morfológicos e moleculares, será realizada a reconstrução filogenética de linhagens internas do táxon Capitellidade, com o intuito de testar, pela primeira vez, a monofilia dos gêneros desta família. Além disso, pretende-se também esclarecer a posição filogenética do táxon em relação aos demais anelídeos. Ophiuroidea: estudar as relações filogenéticas entre gêneros e espécies, extrapolando os resultados para as famílias aos quais pertencem, integrando ferramentas distintas a partir da combinação de dados morfológicos e moleculares, pretende-se reconstruir a relação filogenética de conjuntos específicos de espécies, a fim de testar a monofilia de categorias taxonômicas menos inclusivas, como gêneros e famílias. Estudos de filogeografia: compreender a estruturação genética das populações de espécies das famílias Amphitoidae e Hyalidae (Amphipoda; Senticaudata) encontradas em alga Sargassum spp. no litoral e ilhas oceânicas do Brasil, e desta forma entender as relações evolutivas entre as populações e espécies próximas. Criação da Coleção de Tardigrada: pretende-se estabelecer e consolidar uma coleção de referência de Tardigrada, por meio de uma proposta pioneira de tombamento não somente de lâminas permanentes, mas também por uma coleção virtual de fotografias e vídeos de alta qualidade dos espécimes depositados. Integrado a este resultado, pretende-se redescrever as espécies com material tipo ausente, de acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, 1999), no seu artigo 75. Divulgação dos resultados para a comunidade científica: um dos meios de divulgação dos resultados previstos neste projeto é a disponibilização das informações das coleções por meio da Rede do SpeciesLink (http://splink.cria.org.br/) com acesso livre e aberto. Com o refinamento taxonômico do material ocorrerá um aprimoramento dos dados das coleções do ZUEC, com as informações principais e as associadas aos espécimes disponíveis para a comunidade científica. Assim, a diversidade, até então escondida, será revelada. A divulgação dos resultados ocorrerá por meio da publicação em periódicos científicos e também guias, manuais e chaves ilustradas de identificação, impressa e interativa on-line, quando serão fornecidas descrições detalhadas e ilustradas para cada espécie. Formação de recursos humanos: além dos pesquisadores envolvidos, será imprescindível a participação de estudantes de diferentes níveis (graduação e pós-graduação) para que os objetivos propostos sejam alcançados plenamente, resultando em monografias, dissertações e teses. Problemas específicos serão abordados junto aos projetos dentro de cada módulo. Neste sentido, torna-se evidente o importante papel deste projeto, que se pauta na formação de recursos humanos dentro de uma perspectiva de valorização da taxonomia. Cursos específicos para alunos (de graduação e pós-graduação) e outros profissionais, cujo objetivo é a introdução aos estudos da taxonomia dos diferentes grupos, que deverão ser oferecidos no ZUEC e/ou outras instituições. Fortalecimento das Coleções do ZUEC: espera-se que as coleções de invertebrados sejam potencializadas como fonte de informação para pesquisas científicas em biodiversidade e conservação. O Museu já conta com uma ótima infraestrutura, incluindo equipamentos ópticos de última geração, e vem se destacando como uma referência de instituição curatorial de coleções científicas de forma responsável e moderna.
Palavras-Chave Biodiversidade, Coleções biológicas
Coletas 238
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